terça-feira, 22 de março de 2011

Pressa. Pré-disposição a sofrer um acidente. Loucura. Vontade. História criada unicamente a partir de uma cabeça ôca e de um coração partido. Lembranças. Medo e coragem coexistindo, travando sangrentas lutas que nunca terminam, que não tem um vencedor.Velocidade. Voracidade. Querer bem. Querer para si. Querer. Demonstrar. Recuar. Chutar a porta do armário e voltar correndo para ele. É quando o orgão que pensa passa a ser o coração e não o cérebro. Errar tentando acertar. Acertar raramente. Desistência. Eu quero. Eu posso. Eu sou. Eu quero ser Fênix. Eu posso enlouquecer? Eu sou... O que eu sou?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

auto

Ela sabia que estava se jogando de cabeça no precipício, sabia que tinha volta, mas sabia que depois de cair teria que juntar todos os cacos outra vez, se recompor e escalar a imensa montanha até chegar ao topo ou até se ver obrigada a pular de novo.
Ela não tinha medo da queda livre, dos arranhões e cicatrizes, não tinha medo dessa entrega, dessa intensidade.
Antes intensa do que superficial. Antes toda ralada e fodida do que aprisionada dentro de si mesma, com medo de deixar a fera escapar.
E se jogou mais uma vez, e outra, e outra, e parecia nunca aprender. Aprendeu apenas como cair de um jeito mais cômodo e menos dolorido.
Parecia questão de prática, quanto mais experiência melhor. Ou não. Ou, sei lá, quem saberia dizer se não ela?
Tentou mudar, sério, mas foram tentativas frustradas, cada uma pior do que a outra. Tentou ser fria, superficial, amarga, bruta e a única coisa que conseguia era erguer um muro em volta de si, vestir uma armadura e ficar em posição de ataque.
Ataque este que logo seria desarmado e tudo voltaria ao começo como um ciclo.
E ela sabia, sabia mesmo, que estava - sem dó nem piedade - se jogando de cabeça no precipício.