sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vem

É estranho pensar que você está e não está aqui. Coexiste. Inexiste. Não sei. Pensar que meu coração quase me mata quando eu te vejo chegar e que ao mesmo tempo ele sangra, porque tudo isso não é meu, e parece estar cada vez mais longe de ser. É outra coisa que eu não sei. Na verdade, eu sempre tive muita dificuldade em deixar as pessoas irem embora, principalmente quando elas são tão parte de mim - e sim, você é. Mas daí que você nem chegou ainda, nem entrou. E sabe, a porta tá aberta. Parece que esteve desde a primeira vez que eu te vi - desde a primeira vez que eu te quis. Não precisa ter medo, é sério. Boto minha mão no fogo por mim, pode entrar, é seguro. Sou um oceano, um mar em fúria, você sabe, mas o que eu transbordo você sabe também. Não fique só espiando daí. Eu vou até aí te emprestar minhas mãos frias e trêmulas, mas o primeiro passo você que tem que dar pequena. Botaria esse mundo de cabeça pra baixo só pra que você entrasse, só pra que você ficasse, só pra que você me desse a mão. Vem? ' Eu lhe prometo o Sol, se hoje o Sol sair, ou a chuva, se a chuva cair, se você vier...'. Por favor, não espere que eu mude de planos, que eu decida te tirar - a força - da minha vida. Se eu for embora, eu não volto nunca mais. Vem enquanto é tempo, vem enquanto o que eu mais quero é ter você. Vem.

Um comentário:

  1. Incrível como eu já tive os mesmos pensamentos... mas enquanto você é um oceano que transborda esses sentimentos enquanto há tempo; eu era um oceano tentando me recuperar da tempestade. Passou, viu? O brilho do oceano voltou.

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